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Estudante de Publicidade e Propaganda, Cecília Regina Marcolin, apresentou trabalho de conclusão de curso com tema rockeiro no reduto do som em Lajeado: o Galera’s A próxima quinta-feira, 13, é data para comemoração dos apaixonados por rock and roll. Foi nesse dia que, em 1985, ocorreu o festival Live Aid, em Londres e na Filadélfia. Na ocasião, Phill Collins, da banda Genesis, que participou dos dois shows, declarou aquele como o Dia do Rock. Os brasileiros e as rádios rock daqui, desde aquela época, passaram a considerar a data como especial. Quem explica isso é o saudoso cantor, radialista, compositor ícone oitentista e jornalista Kid Vinil, no livro Almanaque do Rock. O cara nos deixou este ano, mas sua contribuição para o gênero continua viva para a posteridade por meio de som e literatura. O festival Live Aid foi organizado pelo escocês Midge Ure e pelo vocalista da banca Boomtown Rats, Bob Geldof, que se comoveu com a crise humanitária na Etiópia e resolveu fazer um megaevento com o objetivo de arrecadar fundos para a causa. O show na Filadélfia ocorreu no estádio JFK e reuniu nomes como The Cars, Bob Dylan e Madonna. Na Inglaterra, o concerto ocorreu no estádio Wembley e contou com U2, Paul McCartney, The Who e Queen. No mesmo dia, shows em outros países, como Austrália e Alemanha, foram realizados com o mesmo propósito. As apresentações foram transmitidas para cerca de 150 países e alcançaram cerca de dois bilhões de espectadores. Inspiração, paixão e muito estudo Cada um comemora o Dia do Rock à sua maneira, e o caderno VOCÊ traz o ineditismo da estudante Cecília Regina Marcolin, 28, como exemplo da audácia característica de um dos gêneros musicais mais cultuados mundo afora. Ela foi além de ouvir o som e curtir a batida: apresentou seu trabalho de conclusão do curso – mais conhecido como o famigerado TCC – no Galera’s Rock Bar, reduto de roqueiros em Lajeado. Foi o momento de encerrar com chave de ouro o curso de Publicidade e Propaganda pela Univates. Ela analisou o álbum The Wall, do Pink Floid, relacionando as letras com o contexto social, cultural, político e econômico dos anos de 1960 e 1970. “Além de compreender a narrativa do disco e a forma como ele comunicava seu tempo, o estudo também me fez enxergar a potência que um produto cultural pode ter” tasca Cecília. Para ela, quando a música vai além de sua estética, ela cria um canal de comunicação com o público. O The Wall foi lançado em 1979 e, para compreender a mediação do disco com a sociedade daquele tempo, a estudante analisou o álbum a partir da abordagem conceitual do rock progressivo. “Não foi nada fácil, tive que buscar significados em tudo. O The Wall é um conjunto de músicas com temas muito diferentes”, revela Cecília. O objetivo da estudante foi buscar o autoconhecimento e, com isso, transformação. “The Wall é um álbum com uma crítica intensa e uma forte relevância social. Algo me dizia que Pink tinha muito a me ensinar”, completa. Cecília conta que cresceu escutando rock graças ao gosto do pai. Nos passeios em família, quando entrava no carro, era comum ouvir a coletânea dos Beatles. A inspiração para o tema do TCC nasceu em parceria com a professora Jane Mazzarino, na disciplina de Projetos de Pesquisa em Comunicação, no início de 2016. A partir daí, o suporte dela foi o orientador Flávio Meurer. Depois de mergulhar em uma bibliografia “rockeira”, Cecília terminou, em junho deste ano, o trabalho que é motivo de orgulho para ela, a família e os professores. A nota não poderia ser diferente: 10. Apresentação no bar de rock Cecília conta que a ideia de apresentar o resultado de tanto tempo de estudo no Galera’s Rock Bar foi do orientador, Meurer. “Lembro que fiquei impressionada, mas ao mesmo tempo superfeliz e empolgada com a sugestão”, afirma. A banca escalada para dar nota ao trabalho – os professores Jane Mazzarino, Marcelo Petter e Flávio Meurer – adorou a ideia. “Não lembro de nenhum outro TCC apresentado em um lugar tão propício quanto o da Cecília. Foi um marco”, acrescenta Petter. A experiência foi incrível. “Rolou uma vibe muito boa. Me senti em casa, teve muito sorriso, abraço, choro, alegria e, acima de tudo, aprendizado. Essa noite ficará gravada na memória do coração”, reforça Cecília. Na opinião dela, o rock tem o poder de contestar o sistema e é um dos poucos estilos musicais que se mantém original, que não se vende ao modismo.